terça-feira, julho 16, 2024

Mãe policial – A arte de rimar ternura e bravura

Conciliar a maternidade com qualquer profissão é um desafio para todas as mães que, diariamente, deixam os filhos em casa para trabalhar. Para as policiais civis, esse dilema, por vezes, é ampliado em razão das particularidades da atividade policial.

Nesse Dia das Mães, o Sinpol destaca as histórias de três policiais que estão vivenciando essa experiência, uma mãe de duas meninas e duas grávidas. Os relatos delas, certamente, são os mesmos de diversas mães policiais brasileiras.

Cláudia de Brito Belohuby, 45 anos, é mãe de duas garotas, Júlia, de 11 anos, e Danielle, de 10 anos. Escrivã de Polícia plantonista lotada na Central Geral de Flagrantes, está na corporação há 15 anos, equilibrando as duas funções. “Ser policial e mãe é uma tarefa desafiadora, pois muitas vezes nos deparamos com situações lamentáveis que acontecem pelo mundo afora e que nos tornam, muitas vezes, pessoas mais preocupadas com os filhos do que o normal”, relata Cláudia.

Mas se por um lado a convivência com o crime e o conhecimento dos riscos que existem além da porta de casa tornam Cláudia apreensiva em relação à segurança das filhas, por outro, essa mesma experiência com a realidade criminosa permite que ela as prepare melhor para lidar com essas ameaças cotidianas. “Através das nossas experiências podemos deixar nossos filhos mais fortes e sábios para enfrentar a vida como ela é, passando a imagem de um mundo mais real e não fantasioso.”

A escrivã de polícia Claudia Chialchia Guazzelli, 35 anos, grávida de oito meses, entrou na Polícia Civil em 2009. “Um sonho que virou realidade e me sinto feliz em trabalhar todos os dias com aquilo que gosto e tanto valorizo”, conta. Ela está prestes a realizar outro sonho, o de ser mãe, depois de sofrer um aborto em agosto do ano passado dentro da delegacia onde trabalha. “Foi triste e frustrante. Mas foi na Polícia Civil que sempre encontrei forças para continuar diante das dificuldades, a lidar com o novo e o inesperado, a fim de ajudar a dar respostas que a sociedade aguarda da nossa instituição.”

Para a policial, a profissão não deve interferir na criação de seu filho, que nasce no próximo mês. “Acompanho, no meu dia a dia, colegas policiais que são exímias mães e dedicadas profissionais, mesmo exercendo trabalho tão árduo e exigente, que considera a maternidade uma arte com a qual pretende conseguir conciliar a profissão de policial.

Flávia Moreira Barbosa Felter, 29 anos, chefe da seção de Papiloscopia da Central de Flagrantes de Goiânia, também está prestes a dar à luz a uma menina, sua primeira filha. “Acredito que será bem desafiador, visto que nossa profissão exige muito de nós e nos coloca muitas vezes em situações de risco”, diz.

Flávia, que está na Polícia Civil há quase quatro anos, não trabalha na linha frente e atualmente atua somente dentro da Central de Flagrantes. Todavia, diariamente ela tem contato com muitas pessoas diferentes, inclusive com presos nas mais diversas condições de estado e saúde. “Apesar de tudo, amo o que faço, sinto que estou no lugar certo e dou o melhor de mim no meu trabalho! Não trocaria por outro”, afirma.

Essas três mães, mesmo as gestantes, que carregam o filho no ventre, são duplamente corajosas porque conciliam duas funções que, individualmente, exigem uma dedicação extrema. “Somos mães, somos guerreiras, independente da profissão que seguimos. Somos os anjos na Terra que Deus escolheu para guiar e proteger os filhos”, define Claudia Belohuby.

“Espero, que como mãe, assim como profissional, seja possível me reinventar a cada dia, encontrar soluções, lidar com o dinamismo da vida, do mesmo modo que lido com as ocorrências que registro e com os casos que acompanho no desempenho das minhas funções, possibilitando dar ao meu filho o melhor de mim, e uma educação baseada em retidão e respeito ao próximo”, afirma Claudia Chialchia.

O Sinpol reconhece, admira e respeita a trajetória de todas as mães policiais e as parabeniza neste 10 de maio, Dia das Mães.

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